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Depoimento de Paulo Cruz sobre o curso:

Say�o me perguntou se eu ainda lecionava na Poli. Eu lhe disse que 50 anos de Poli me pareciam suficientes, mas que ainda dava cursos sobre barragens em v�rios estados, porque me considerava uma pessoa com sorte, que talvez tivesse nascido na hora e no lugar certos, etc. 
Tive a sorte de estudar com o Victor de Mello no Mackenzie, depois com o Whitman e o Lambe no MIT, al�m de assistir a cursos do Casagrande em Harvard e depois acompanh�-lo em suas consultorias para a Cesp. Estive tamb�m no Laborat�rio de Solos do NGI, na Noruega, onde vi os equipamentos triaxiais que j� tinham chegado do MIT, mas que s� vieram para o IPT pouco depois da minha volta dos EUA, em 1960. 
Quando estava escrevendo o livro 100 barragens brasileiras, consegui uma bolsa da Fapesp e fui para o M�xico estagiar e conversar com o Raul Marsal sobre enrocamentos, al�m de ter ido ao LNEC para discutir o mesmo assunto com o Maranha das Neves e a Sarajevo para encontrar-me com o Krasmonovich. Antes disso, passei uns tempos no Imperial College com o Bishop para conversarmos sobre a resist�ncia ao cisalhamento dos solos, al�m de discutir com o Peter Vaughan alguns projetos e problemas de barragens. Ganhei do Hoek uma vers�o preliminar de seu livro sobre estabilidade de taludes e suas teorias a respeito da resist�ncia ao cisalhamento de rochas. Tudo isso numa �poca em que certas teorias, como a dos solos n�o saturados, ainda estavam em elabora��o pelo Alonso em Madrid, entre outros, e nessas in�meras conversas, aulas e consultorias pude apreender as d�vidas e incertezas que ainda pairavam sobre os princ�pios que regiam e ainda regem os projetos de barragens. � sobre esses princ�pios que quero falar neste curso, com a minha experi�ncia acumulada em mais de 200 projetos de barragens distribu�dos pelo Brasil afora.

Paulo Cruz.